quarta-feira, 20 de abril de 2011

Alexander McQueen, o gênio que trouxe o universo lúdico para as passarelas, que se inspirou em matizes surreais, para compor uma moda contemporânea, chique e inesquecível.

Não, esse não é um epitáfio ao célebre Alexander McQueen. Certa vez ouvi dizer que gênios são atemporais, eternos, quase imortais. A sua arte rompe as barreiras do tempo. E McQueen sem sombra de dúvida sabia como fazer a sua arte de vanguarda se tornar memorável.
Lee Alexander McQueen, nasceu em Croydon, Londres, em 17 de março de 1969, num dos principais centros da moda internacional da atualidade, país este que impulsionou o capitalismo no Ocidente.

Como todo grande estilista, descobriu sua vocação desde muito cedo. Aos 16 anos, na efervescente Londres dos anos 80, McQueen começou sua trajetória apoteótica no mundo da moda, quando foi trabalhar nos tradicionais alfaiates Savile Row Anderson & Sheppard e, logo em seguida na Gieves and Hawkes, bagagem essa que o estilista empregou mais tarde em suas futuras coleções e que acabou se tornando sua marca registrada: a alfaiataria bem cortada, impecável. Dentre a clientela VIP atendida por eles estavam o príncipe Charles e o premiê da antiga União Soviética Mikhail Gobarchev, que faziam recorrentes encomendas de ternos produzidos sob medida.
Aos 20 anos McQueen, passa a integrar a equipe do criador de moda Koji Tatsuno e após um ano despontava na cultuada Milão, onde viria a ser assistente de Romeo Gigli, emblemático estilista da década de 80.
Em 1994, concluiu o curso de design de moda na Central Saint Martins College, uma das mais renomadas escolas do segmento. A coleção criada para o trabalho de conclusão do curso foi inteiramente comprada pela conceituada editora de moda Isabela Blow, o que determinou os rumos que a carreira do estilista tomaria e a relação umbilical que se estabeleceria entre eles.
De lá para cá, conseguiu galvanizar o mundo da moda, trazendo frescor e originalidade às passarelas. L’enfant terrible da moda inglesa logo de cara demonstrou que o seu talento iria impactar o mundo da moda com criações inusitadas, memoráveis e com grande personalidade, fugindo completamente do trivial, mostrando que uma roupa pode ser conceitual e ao mesmo tempo comercial.
Em 1996 McQueen assumiu a direção criativa da Givenchy. Foi à frente da grife francesa que fez história, ao apresentar sua coleção primavera-verão em 1999, surpreendendo a platéia ao colocar na passarela carros-robôs “pichando” o vestido branco de uma modelo. Com alta carga teatral, o desfile é um dos que permanece na galeria de momentos inesquecíveis da moda atual.
Já em 2001, McQueen assumiu um novo desafio, passando a comandar a direção criativa de outro ícone da moda mundial, a Gucci, grife de onde saiu para criar a sua própria marca.
Por quatro vezes, McQueen foi eleito o estilista do ano, recebendo o prêmio de designer de moda britânico em 1996, 1997, 2001 e 2003, conclamado-se ainda como o designer de moda internacional do ano pelo Conselho de Designers de Moda - a mais prestigiada distinção da indústria.
Em seu último desfile, McQueen surpreendeu público e crítica ao levar para a passarela os chamados sapatos-alien, plataformas com mais de dez centímetros de altura e design impressionante.
Dono de um talento ímpar, o estilista lançou ícones fashion, que causaram frisson no mundo da moda, tais como os lenços, camisetas e suéteres com estampa de caveiras, sem falar na coleção inspirada no kilt escocês e nas inúmeras peças de alfaiatarias de corte impecável, que simplesmente esgotaram das araras assim que expostos à venda.

Após o seu revoir do cenário fashion, no fatídico 11 em fevereiro de 2010, a grife que levava o seu nome teve um aumento nas vendas de 1000%, pois os antenados queriam ter em seu closet uma peça assinada ainda pelas mãos do brilhante McQueen. O conglomerado de luxo LVMH, detentor da marca Alexander McQueen assegurou que a grife continuará mesmo sem o seu gênio inventivo, pois o sonho McQueen é como a célebre obra de Lewis Carroll: vibrante, vanguardista, lúdica e eterna.

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