terça-feira, 12 de abril de 2011

Viver ou sobreviver: o retrato da violência no Brasil

A violência é sem sombra de dúvida a maior degradação da espécie humana, pois o homem ao contrário dos outros animais expressa sua selvageria não por questões ligadas à sobrevivência, mas sim, pela incapacidade de respeitar o espaço alheio, em não saber conviver com tudo aquilo que o cerca, engessado na impossibilidade de conviver com as diferenças de cada um.
Enquanto essa natureza animalesca do homem for algo mais latente que a racional, barbáries como, sequestros, homicídios por questões de gêneros, sexo, por ganância material ou pelo simples prazer de matar serão uma constante em nossa sociedade.

Dentro dessa selvageria a que estamos expostos e que convivemos diariamente, não faltam casos de prefeitos assassinados, empresários, recém-nascidos abandonados a própria sorte, crianças lançadas pela janela, outras arrastadas em carros em movimento, outras tantas torturadas e abusadas sexualmente, seres humanos tolhidos do direito a vida.
É nessa hora que surge a grande questão, onde está a natureza humana? Como pode o homem ser constituído da mesma matéria de seus semelhantes e ao mesmo tempo bani-lo cruelmente?
Bate aquela sensação de vergonha de ser Humano, justamente por sermos o único animal dotado de razão. Nos perguntamos até onde vai a escala de horrores que podemos presenciar?
Agindo dessa forma, o homem parece dar um passo rumo ao progresso e dois rumo a bestialidade.
 Não cabe mais continuar nessa posição de vítima, culpando os nossos antepassados pela atual situação. É necessário pensar em alternativas e não simplesmente atacar as instituições!
 A segurança pública no país é uma questão problemática, algo que há tempos fugiu ao controle, quiçá jamais esteve sob controle. Tamanho é o descaso com que as autoridades parecem lidar com a situação, que a impressão que se tem é que se vive num filme de faroeste. Tem-se a clara idéia de que vivemos uma guerra civil, não declarada, onde se faz mais vítimas que em países onde se vive uma guerra declarada.
  O esquema que parece dominar o cenário nacional é aquele onde são feitas emendas constitucionais e outros tantos aparatos legais acreditando-se que com isso a situação estará sob controle a priori, pelo menos no campo material. A população como sempre vista com uma arquibancada clamando por uma pílula de efeito temporário, sedenta por pão e circo.
 Essas medidas só servem para dar uma resposta do tipo: Não se preocupem, estamos fazendo algo em prol do bem estar nacional!Tremenda balela!!! Quando se sabe que a questão central não está em diminuir a idade penal e, sim, em aplicar pelos menos esporadicamente o que versa na lei. Que sejam tomadas medidas enérgicas, para que outras pessoas não tenham que esperar o próximo sociopata surtar e imprimir em nossa retina o horror iminente por eles causado, tudo por que o arcabouço legal brasileiro não passou de um engodo.
 É inconcebível pensar que num país, os delinquentes possam ser soltos antes do tempo previsto caso apresentem bom comportamento. Bom comportamento não seria o mínimo que eles deveriam apresentar por receberem moradia e alimentação, pagos pelos cofres públicos?
 É certo que a natureza da violência não tem cor, classe social, sexo, idade ou qualquer outro arquétipo, pois ela se faz presente em todo o tecido social. A violência pode até ser um transtorno de caráter ou até mesmo uma predisposição genética, mas na maioria dos casos ela se apresenta frivolamente. A única certeza que se tem é que, para aqueles que ficam, só resta chorar a perda em dias cinzentos de dor e angústia.

2 comentários:

  1. Na minha humilde opinião:
    Sempre houve os que são mais violentos e mais selvagens e os que são menos, mas todos temos o instinto da violência dentro de nós. Mas isto não quer dizer que todos somos violentos. O mesmo vale para muitos outros instintos selvagens que colaboram com a violência. Isto me diz que a violência SEMPRE se fará presente na sociedade, por mais que ela seja reprimida e desencorajada.
    Não é raro casos de pessoas que "garantiam" que não eram violentas mas chegou um dia acabou partindo para a violência. É algo bem relativo, não acontece igual em todos nós. Por isso dizem que cada um tem o seu preço. Alguns se corrompem com dinheiro, outros só com dor.
    O ser humano expressa sua selvageria também por causa de dor e perda do equilíbrio emocional (creio que isto seja um reflexo da nossa imperfeição).
    Quando alguém consegue acertar seu ponto mais letal (o que mais desperta sua fúria), e você está sozinho (não há ninguém para te conter), então você acaba partindo para a violência. Claro, é uma situação bem diferente de quem sempre foi violento. Mas não adianta falarmos que jamais apelaríamos a violência sem sermos tentados. Só sabemos mesmo como reagimos quando somos colocados à prova. Em sabemos melhor ainda quando somos provados várias vezes.

    Entendo que a natureza humana está na inteligência, na razão, no conhecimento, na cultura, no amor, na emoção, na dor, no rancor, e em sensações inexplicáveis consequentes da complexidade da mente humana.

    [É certo que a natureza da violência não tem cor, classe social, sexo, idade ou qualquer outro arquétipo.] Okay. Porém já foi comprovado que homens são bem mais violentos que mulheres, respondem pela grande maioria dos crimes violentos no mundo todo e também são mais propensos a cometer suicídio. E o pior é que o suicídio de um homem não é consequência só de depressão, mas acontece também porque ele vê isto como a única saída para livrar a sociedade dele da ameaça que ele acredita (ou sabe) que ele é. Parece que há muito estrago dentro de alguém assim e é difícil julgá-lo.

    A violência muitas vezes é impulsionada por outras atitudes também selvagens. Aquele ditado que diz que um erro não justifica outro, isto não muda nada. Um outro ditado tenta nos alertar que toda ação gera uma reação. E a ação ruim de uma pessoa pode desencadear uma reação também ruim noutra pessoa.

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  2. cOrAçÃo RaSgAdO 💔9 de janeiro de 2016 às 21:26

    Esqueci de mencionar que aprender a lidar com a verdade e abandonar a falsidade, arrepender-se do mal que fez a outra pessoa e a perdoar são atitudes-chave para conter muitos casos de violência. Porque sem essas coisas, fica ainda mais difícil. O ódio se alastra e fica Mal Vs. Mal.

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